Sobre o livro

O tema é caro a muitas crianças, desde cedo. O espaço na sua dimensão e mistério está por todo o lado, da simples observação do céu ao desaparecimento dos dinossauros. Não que este livro de poesia se destine aos pré-leitores, mas os jogos que alimenta tornam-se mais perceptíveis por leitores em formação pelo domínio que já trazem do referente.
Jorge de Sousa Braga desmonta conceitos como o de buraco negro, nebulosa ou supernova, descreve planetas e estrelas e até se dedica à dissertar sobre o dia e o futuro. Para isso escolhe características dos astros, sejam elas formais, materiais ou de movimento e associa - as a elementos comuns, a experiências que todos podemos realizar, a brincadeiras. O resultado são inesperadas mudanças de perspectiva, trocadilhos e inferências que conjugam a rima com o lúdico. É através de deste processo de efeito naif que se aproxima a ciência da subjectividade. As ilustrações corroboram o factor surpresa e não o clarificam. Bem pelo contrário. Cristina Valadas, com as suas colagens, deixa ao leitor o desconcerto de figuras compósitas, em que as formas dos recortes, os padrões e as cores parecem desajustados. Entre o vegetal e o mineral cruzam - se imagens fotografadas com papéis e traços desenhados. Os olhos destacam - se pela sua nitidez e dimensão, constando em rostos mas não só. Afinal muito passa pela observação. O resto são corpos e movimento, sejam eles celestes ou terráqueos, meninas ou esferas. Todos nos olham e desafiam a entrar no jogo.

Palavras-chave
Poesia, espaço, ilustração, lúdico, ciência

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Herbário, Jorge de Sousa Braga, Cristina Valadas, Assírio e Alvim
O Professor Astrogato nas Fronteiras do Espaço, Dominic Walliman, Ben Newman, Orfeu Negro
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