Quem lê o quê?

Consta que Mark Twain se inspirou nesta obra para escrever As aventuras de Tom Sawyer. Mas desengane - se o leitor que as imagina de igual monta. Aventuras há algumas por aqui mas com menos leveza. Os sustos e traquinices ganham impacto com consequências irremediáveis. A saudade, a mudança, os valores obrigam às dores inevitáveis do tempo que passa e não volta atrás. Há amigos que partem e não voltam. Ao contrário do que acontece com Tom Sawyer, que reconhecemos praticamente igual no final do livro, aqui o tempo passa e o menino mau cresce. Diga-se em abono da verdade que de mau sempre teve pouco. Quem goste de ambientes do passado e de uma seriedade no acto de contar, com recurso a um estilo cuidado e vocabulário menos coloquial não se enfastiará. A história deste rapaz mau que é obrigado a afastar-se dos pais por contingências profissionais e políticas é também uma história dos E.U.A., das suas assimetrias geográficas, sociais e culturais em finais do séc. XIX, quando o país ainda dava os primeiros passos após a independência.

Palavras-chave:
Aprendizagem, crescimento, amizade, família, ideologia

Outras leituras:
As aventuras de Tom Sawyer, Mark Twain, Edições Nelson de Matos/ Relógio d'Água
As aventuras de Huckleberry Finn, Mark Twain, Relógio d'Água
A evolução de Calpúrnia Tate, Jacqueline Kelly, Contraponto

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