Um livro por semana
Um livro aguarela
1.agosto.2020

Atrito (abysmo, 2019) de André Carrilho fala-nos de viagens, paisagens e de situações familiares, íntimas como a gravidez, o parto e o nascimento dos filhos.
O autor e ilustrador diz-nos que “ todos os desenhos deste livro foram feitos presencialmente no local que retratam, à mão, com canetas, tintas acrilicas, grafite solúvel e aguarelas. (…) Em contrapartida, os textos são registos a posteriori de eventos, situações e reflexões cuja tradução em desenho seria demasiado morosa e despropositada no contexto em que foram vividos.”
Nas páginas de Atrito revemos as paisagens, quase sempre despovoadas, de Londres, Paris, Nova Iorque, Óbidos, Macau, Porto, Hong-Kong, Viseu e Ciudad Rodrigo.
Óbidos, 2017

Ponte Millennium, Londres, Reino Unido, 2014

Jardim da Boavista, Porto, 2014

Times Square, Nova Iorque, EUA, 2014
“Num Shuttle que percorre lentamete o viaduto de acesso ao Lincoln Tunnel, tentando sair de New Jersey no meio de um transito impossível, passando por um buraco de agulha que engole autocarros salpicados de bandeirinhas ameicanas, adormeço. Mas ao sair do outro lado do que parece uma descida interminável às profundezas de uma lenta corrente de motores e gasolina e pneus e luzes e vidros foscos, emergindo para a luz do centro de Manhattan, ouço sempre as primeiras notas de uma música de Gershwin.”

Nascido em Lisboa em 1974, André Carrilho começou aos 18 anos a afirmar-se como um dos maiores nomes da ilustração em Portugal, com uma atividade diversificada na caricatura, no cartoon, na animação.
Tem participado em exposições coletivas e individuais em Portugal, Espanha, Brasil, França, República Checa, China e EUA. O seu trabalho é publicado no New York Times, The New Yorker, Vanity Fair, Harper's Magazine e Diário de Notícias, entre outros.
Galardoado com mais de 30 prémios nacionais e internacionais. Em 2015, um dos seus cartoons sobre a epidemia do ébola tornou-se viral, tendo sido vencedor do Grande Prémio no World Press Cartoon. Nesse ano foi convidado a conceber um mural de caricaturas para decorar a famosa festa dos Oscars da revista Vanity Fair.
Conheça o seu portefólio.
“(…) Mas se a memória é necessário à noção de identidade, tem de transcender o que simplesmente possuímos. E aqui está o equilibrio dificil de manter. A tecnologia liberta-nos de algumas posses materiais, e bem, mas tira-nos o sentimento de afecto que vem do manuseamento e da convivência com as coisas que representam o que é e foi importante para nós. A fotografia que tinha de ser enquadrada e revelada em papel, passada de mão em mão, o livro com as margens roçadas, os números de telefone que tínhamos de memorizar, os vinis que tinham de ser cuidadosamente tirados da sua gigantesca capa de papel. As capas de CD com o plástico partido.
A proximidade com objetos do passado encurta o tempo que passou e dilata o que vai passar. Lembra-nos que combater o esquecimento é um batalha que vale a pena travar, mesmo que seja para perder. Como na gaveta em que guardo os telemóveis que já usei. “
Ana Sousa Dias entrevista André Carrilho a propósito do lançamento de Atrito. Ouça aqui a entrevista na íntegra.
Atrito reúne cerca de uma centena de desenhos de viagens, umas mais geográficas, outras mais emocionais e vinculadas à experiência da paternidade. Leia a entrevista que André Carrilho deu à revista Ponto Final.
Os livros de André Carrilho


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O autor e ilustrador diz-nos que “ todos os desenhos deste livro foram feitos presencialmente no local que retratam, à mão, com canetas, tintas acrilicas, grafite solúvel e aguarelas. (…) Em contrapartida, os textos são registos a posteriori de eventos, situações e reflexões cuja tradução em desenho seria demasiado morosa e despropositada no contexto em que foram vividos.”
Nas páginas de Atrito revemos as paisagens, quase sempre despovoadas, de Londres, Paris, Nova Iorque, Óbidos, Macau, Porto, Hong-Kong, Viseu e Ciudad Rodrigo.
Óbidos, 2017

Ponte Millennium, Londres, Reino Unido, 2014

Jardim da Boavista, Porto, 2014

Times Square, Nova Iorque, EUA, 2014
“Num Shuttle que percorre lentamete o viaduto de acesso ao Lincoln Tunnel, tentando sair de New Jersey no meio de um transito impossível, passando por um buraco de agulha que engole autocarros salpicados de bandeirinhas ameicanas, adormeço. Mas ao sair do outro lado do que parece uma descida interminável às profundezas de uma lenta corrente de motores e gasolina e pneus e luzes e vidros foscos, emergindo para a luz do centro de Manhattan, ouço sempre as primeiras notas de uma música de Gershwin.”

Nascido em Lisboa em 1974, André Carrilho começou aos 18 anos a afirmar-se como um dos maiores nomes da ilustração em Portugal, com uma atividade diversificada na caricatura, no cartoon, na animação.
Tem participado em exposições coletivas e individuais em Portugal, Espanha, Brasil, França, República Checa, China e EUA. O seu trabalho é publicado no New York Times, The New Yorker, Vanity Fair, Harper's Magazine e Diário de Notícias, entre outros.
Galardoado com mais de 30 prémios nacionais e internacionais. Em 2015, um dos seus cartoons sobre a epidemia do ébola tornou-se viral, tendo sido vencedor do Grande Prémio no World Press Cartoon. Nesse ano foi convidado a conceber um mural de caricaturas para decorar a famosa festa dos Oscars da revista Vanity Fair.
Conheça o seu portefólio.
“(…) Mas se a memória é necessário à noção de identidade, tem de transcender o que simplesmente possuímos. E aqui está o equilibrio dificil de manter. A tecnologia liberta-nos de algumas posses materiais, e bem, mas tira-nos o sentimento de afecto que vem do manuseamento e da convivência com as coisas que representam o que é e foi importante para nós. A fotografia que tinha de ser enquadrada e revelada em papel, passada de mão em mão, o livro com as margens roçadas, os números de telefone que tínhamos de memorizar, os vinis que tinham de ser cuidadosamente tirados da sua gigantesca capa de papel. As capas de CD com o plástico partido.
A proximidade com objetos do passado encurta o tempo que passou e dilata o que vai passar. Lembra-nos que combater o esquecimento é um batalha que vale a pena travar, mesmo que seja para perder. Como na gaveta em que guardo os telemóveis que já usei. “
Ana Sousa Dias entrevista André Carrilho a propósito do lançamento de Atrito. Ouça aqui a entrevista na íntegra.
Atrito reúne cerca de uma centena de desenhos de viagens, umas mais geográficas, outras mais emocionais e vinculadas à experiência da paternidade. Leia a entrevista que André Carrilho deu à revista Ponto Final.
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