Num tempo que já lá vai é uma novela com sete breves capítulos ao longo dos quais os leitores vão partilhando as cumplicidades da avó Alice com a neta Laura. O livro abre com duas epígrafes marcadas pelo fio condutor do olhar das pessoas sobre as voltas da vida.
Curiosa sobre o mundo antes do seu nascimento, Laura questiona a avó.
Ela fala dos mistérios e segredos da manta do tempo da bisavó Maria. Diz como um feiticeiro lhe oferecera, na infância, um novelo de lã, amarelo e cinzento, para poder tricotar enquanto contava as suas recordações, felizes ou tristes. Para que a bisneta se inteire dos acontecimentos de antigamente, tem de percorrer o caminho inverso: enrolar o novelo, de olhos fechados, enquanto vai puxando pelo fio. Desta forma, Laura conhecerá outras pessoas e tempos diferentes mas fascinantes.
Muitos serões volvidos, já o novelo está grande, a manta chegou ao fim. A menina registou tudo no seu caderno, pensou muito sobre as mudanças do mundo, teve oportunidade de observar que continuavam a existir pessoas a viverem as suas vidas, como sempre. Chegou o momento de Laura desenrolar o novelo, aprender a tricotar a manta de memórias da trisavó Maria.
Enfim, aconchegadas, no calor da manta, neta e avó aproveitam para saborear o agora.
Ilustração e texto casam na perfeição a tessitura das narrativas passadas e presentes que enformam o livro.

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