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Título: Que monstros fabricamos? Autor: David Almond Ilustrador: --- Editor: Livros Horizonte
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Sobre o livro
David Almond é um dos nomes mais reconhecidos da literatura juvenil da actualidade. Pela forma como explora os conflitos interiores das personagens, pelas descrições poéticas que juntam a beleza e a fealdade de cada um e do mundo, pelo questionamento profundo dos eixos que a sociedade se habituou a considerar normal, a sua escrita abala e espanta.
Tudo isso se reconhece nesta narrativa que acompanha Davie numa experiência que o ultrapassa e o transforma sem hipótese de retorno. Se inicialmente as lutas entre grupos rivais são manifestamente o auge da agitação na sua vida, a chegada de outro rapaz provoca um tal terramoto que tudo o que até ali vivera de mau soará a idílica inocência. Stephen é solitário, silencioso e imperturbável. Apesar do seu silêncio, Stephen rapidamente revela o dom de trabalhar o barro, moldando figuras com grande técnica e precisão. A páginas começa a manipular Davie, primeiro sem que este se aperceba e depois sem que consiga contrariá - lo. A tensão aumenta a par da crueldade e frieza que Stephen vai revelando até à tragédia final. O monstro que os dois rapazes fazem nascer com as próprias mãos ganha vida pela vontade, pelo desejo. Até onde pode ir então, o poder do desejo se não for filtrado por valores? Quem somos nós sem esses filtros?
Apesar da complexidade do tema, a narrativa flui com simplicidade tornando-se acessível a leitores mais literais. Há neste livro uma crueza que chega a vários públicos, pela violência, pelo poder, pelo desafio, pelo compromisso. Para todos o final lê-se como lição.
Palavras-chave
Mistério, poder, fantasia, discriminação, identidade
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O meu pai é um homem-pássaro, David Almond, Presença
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