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O que vem a ser isto? A história de um objeto surpreendente
O que vem a ser isto? A história de um objeto surpreendente
Rita Canas Mendes

Ilustradores: Nádia e Tiago Albuquerque

ISBN: 978-972-27-2506-4

Edição: junho de 2021

Editor: Imprensa Nacional e Museu Casa da Moeda e Pato Lógico Edições

N.º de páginas:  65

“O que vem a ser isto?! Mas como assim? Isto é um livro.

Isto é, eu sou um livro.

Tenho uma capa, folhas, tenho texto e umas bonitas ilustrações (modéstia à parte).

É isso um livro, não é? “

 

O que é um livro? A palavra latina que dá origem a livro, liber (libru-), refere a entrecasca de algumas árvores, na qual se escrevia. Atualmente, entende-se que um livro é um conjunto de folhas de papel escritas ou impressas, que, uma vez encadernadas, formam um volume. No mínimo, um livro deve conter pelo menos cinquenta folhas, caso contrário é um folheto.  Muitos de nós entendem o livro como um objeto tocável, transportável, criativo e plástico.  Nós temos, lemos e oferecemos livros.   Gostamos de conversar sobre livros, participamos em clubes de leitura e refletimos sobre os benefícios de ler. Afinal, que objetos são estes? “Como se fabricam? E quem os faz? A Imprensa Nacional, a mais antiga editora do país - fundada em 1768 —, vai revelar-te todos os segredos”, promete este magnífico livro aos leitores mais jovens. Mas dirige-se a todos os que gostam de livros e querem conhecer a sua história, bem como todos os aspetos da sua criação, e saber mais sobre edição, revisão, encadernação e distribuição. Para se conceber um livro, para que o objeto seja verdadeiramente atraente, dever-se-á compreender o papel desempenhado pelos designers editoriais, já que são eles que “desenvolvem uma organização gráfica para os conteúdos, dependendo da natureza da obra e do público a que se destina.”

O livro, enquanto objeto surpreendente, intemporal, encantatório e sensível,  de múltiplos significados e formatos,  expressa-se em diferentes tipologias: “de bolso; livros de artistas; livros miniatura; livros gigantes; livros em formato de concertina; livros panorâmicos; livros pop-up; audiolivros; livros eletrónicos; e até livros em formatos invulgares; […] livros literários; científicos; de receitas, de instruções; escolares; só com ilustrações ou só com fotografias; só com texto; com texto e ilustrações; dicionários; almanaques […]. Há livros de um autor apenas e livros com vários autores. Há até livros de autores desconhecidos.”  Acrescentaríamos que há livros pensados e concebidos para informar, divulgar e saciar a nossa curiosidade, como é o caso deste.

Após um longo caminho, os livros chegam aos leitores quer pelas bibliotecas quer pelas livrarias.  As livrarias tradicionais são espaços acolhedores e inspiradores. “O livreiro está a par das tendências do mundo editorial, das notícias da atualidade e dos gostos dos leitores, para poder aconselhá-los da melhor forma. A maioria das livrarias comercializa livros novos, mas há também alfarrabistas, que vendem livros antigos e em segunda mão.”  A livraria é o melhor lugar para se comprar livros, apesar de eles se encontrarem à venda noutros locais.  Enquanto a biblioteca, “em vez de vender livros […], empresta-os gratuitamente a qualquer pessoa.” As bibliotecas são espaços democráticos, garantem a acessibilidade à informação e ao conhecimento, apostam na mediação leitora e na “divulgação do prazer da leitura.”

Preciso, claro e esclarecedor, o texto avança sempre num diálogo harmonioso com as ilustrações, que ampliam a sua compreensão. Antes de terminar, nas últimas páginas, é apresentado um conjunto de palavras para o leitor descobrir e lhes saborear o significado, como, por exemplo, arte-final, errata, fólio e incunábulos. O livro faz-se acompanhar de uma capa desdobrável, que apresenta ao leitor os vários profissionais necessários para fazer nascer um livro: “todos têm funções muito importantes, embora alguns tenham mais protagonismo e outros estejam mais nos «bastidores»”. São precisas muitas mãos, vontades, entusiasmo e profissionalismo para criar um livro.

O que vem a ser isto? A história de um objeto surpreendente apresenta-nos os vários intervenientes na criação do livro, não esquecendo nem os autores nem os leitores, pois afinal é por causa deles que os livros são criados. “Os leitores estão na ponta final desta grande cadeia, mas, de certo modo, são eles que estão na sua origem. Os autores transmitem ideias aos leitores pelos livros, uma espécie de comunicação silenciosa através do espaço e do tempo. […] A leitura […] também é uma grande viagem. Os livros são portas por onde entramos para explorar novos mundos”, mas não só. Aguçamos a curiosidade, ampliamos conhecimentos, melhoramos a comunicação, excitamos a imaginação e a criatividade e … ansiamos pela ociosidade, porque o leitor necessita de tempo. Tempo para ler, voltar a ler e dar a ler.

Recordando as palavras do Poeta:

“Ai que prazer

Não cumprir um dever,

Ter um livro para ler

E não o fazer!”

 

Ou talvez faça mais sentido afirmar: “Ai que prazer ter um livro para ler e … lê-lo!”.

 

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