Leitura, emoção e conhecimento - Intencionalidade e Intensidade na abordagem ao texto literário
Carlos Clamote Carreto
Luís Martins
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (IELT)
Independentemente da forma como é praticada e do valor (cognitivo, ético ou lúdico) que assume para a vida do leitor, ler resulta sempre de um ato intencional que vive de emoções e as gera, que, por sua vez, conferem aos conteúdos mais definidos dos processos cognitivos, memória, perceção e pensamento, um pulsar que está ausente numa análise esquemática. Como refere Jean-Marie Schaeffer em Petite écologie des études littéraire. Pourquoi et comment étudier la littérature? (2011), a leitura é, em si mesma, um modo singular de experiência tão real como qualquer outra experiência e que nenhuma operação analítica pode substituir. Neste sentido, embora a leitura envolva, simultânea ou alternadamente, vários processos, ler não consiste num mero ato de descodificação seguido de uma interpretação: implica uma apropriação/compreensão global através da atribuição de uma significação coerente (para o leitor) que participa plenamente da dinâmica de imersão ficcional característica do fenómeno literário (e não só) enquanto dispositivo lúdico-mimético e modelo cognitivo. Nas reações emotivas assim participam cálculos intelectuais, expectativas (pessoais ou cultural e poeticamente predeterminadas), preocupações comparativas e regularidades, que são premissas da personalidade individual: não é necessário termos consciência de processos deliberativos e estruturados para que num comportamento emocional reconheçamos uma voz racional. As emoções são capacidades mentais altamente sensíveis às circunstâncias pessoais e de contexto.
A fim de alcançarmos algumas explicações acerca dos procedimentos de leitura e métodos para os incrementar iniciamos aqui uma aproximação à sensibilidade do leitor para as transformações emocionais sobre si causadas pela leitura e pela avaliação que faz dos significados que retira: com um inquérito de natureza qualitativa, aplicado no interior do IELT a docentes, investigadores e alunos, pretendemos “medir” as variações emotivas através dos (a) sentimentos que emergem na leitura, (b) impulsos para “agir” na teoria e na prática, (c) estímulos à avaliação e (d) contributos para o conhecimento e aprendizagem.
Incidencias e implicaciones del Programa para el Fortalecimiento de la Lectura y Escritura (PROFLE) en la producción de las tesinas de grado de la Licenciatura en Enfermería – Universidad Nacional Arturo Jauretche – República Argentina
Mónica Garbarini
Silvia López D’Amato
Mariela Escobar
Universidad Nacional Arturo Jauretche
Esta contribución se propone exponer los avances de investigación referidos a las incidencias e implicaciones del Programa para el Fortalecimiento de la Lectura y la Escritura (PROFLE) en los procesos de escritura de los trabajos finales de carrera (TFC) correspondientes a graduandos de la Licenciatura en Enfermería de la Universidad Nacional Arturo Jauretche – República Argentina.
En el marco del Instituto de Estudios Iniciales, el PROFLE se orienta hacia el desarrollo y la consolidación de las competencias metadiscursivas requeridas en el ámbito académico, así como a la reflexión sobre la práctica docente desde un enfoque integral, transversal –basado en la interdisciplinariedad- cuyo fin último consiste en mejorar la oferta académica, asistir a estudiantes y docentes en los diferentes trayectos formativos y en los requerimientos de la titulación intermedia y de grado.
Los resultados provisorios obtenidos dan cuenta de una investigación amparada en la estrategia metodológica cuantitativa que pone de relieve las variables del entramado de limitaciones que surgen frente a la terminalidad académica. Si bien se han señalado diferentes abordajes del tema, este trabajo discurre, fundamentalmente, por dos directrices: por un lado, ahondar en las debilidades y fortalezas propias del proceso escriturario de un género académico complejo y por el otro, indagar acerca de las representaciones que el tesista tiene de sí mismo al enfrentarse a una instancia que lo ubica en una zona limítrofe entre su condición de estudiante y de graduado.
Dado que consideramos a los procesos de lectura y escritura no solo como procesos cognitivos sino también como prácticas sociales situadas, entendemos pertinente estudiarlas en el contexto de nuestra Universidad.
As atividades formativas virtuais da RIUL: o curso sobre práticas ficcionais
Naiane Carolina Menta Três
Universidade da Fronteira Sul, Realeza, Brasil
Estíbaliz Barriga Galeano
Universidad de Extremadura
La disponibilidad de recursos para actividades formativas aportados por las nuevas tecnologías permite compartir información de manera productiva y, tras el aislamiento social resultante de la pandemia de la Covid-19, ha tenido una mayor propulsión. Además de la marca social, la creación de espacios digitales para el acceso y la disponibilidad de ideas, proyectos y experiencias que involucran la lectura, se justifica también teóricamente a partir de estudios relacionados con prácticas de lectura, escritura y herramientas múltiples. Por lo tanto, este trabajo tiene como objetivo describir una de las propuestas de cursos virtuales que forma parte de las actividades formativas de la Red Internacional de Universidades Lectoras (RIUL) y surgió de la necesidad de reflexión ante las nuevas prácticas de consumo cultural de ficción. El curso se ha instalado en Moodle y tiene versiones en portugués y español, esta última avalada, junto con RIUL, por el Vicerrectorado de Cultura de la Universidad de Málaga. El curso se ha estructurado en bloques temáticos para que los participantes se vean a sí mismos como lectores y también mejoren su papel como mediadores de lectura; representa la oportunidad de explorar universos ficticios y pensar en otras prácticas que involucren estas obras. Por esta razón, el curso ha sido diseñado para llegar a maestros de primaria y secundaria, bibliotecarios y documentalistas, estudiantes de humanidades, enseñanza, psicología, ciencias sociales y otros títulos; es decir, personas interesadas en prácticas de lectura interactivas, sensoriales y transmedia. Como resultado, en su edición actual, el curso cuenta con la participación de 110 estudiantes, de seis países diferentes, y consiste en tutoría e interacción sincrónica y asincrónica.
Comunidade de Leitores em rede: as tecnologias ao serviço da promoção da Leitura
Cláudia Amaro
Daniela Castro
Eloy Rodrigues
Luís Amaral
Teresa Costa
Universidade do Minho
A Comunidade de Leitores da Rede de Casas do Conhecimento (RCdC) é uma iniciativa da Casa do Conhecimento (CdC) e das Bibliotecas da Universidade do Minho, em colaboração com as CdCs dos Municípios de Boticas, Montalegre, Paredes de Coura e Vila Verde.
Esta iniciativa de promoção da leitura e das literacias nasce no seio académico, mas estende-se, simultaneamente, à Sociedade Civil através da participação das Casas do Conhecimento locais, permitindo a criação de um espaço físico e virtual de encontro e diálogo, onde se promove a leitura, se exercita o hábito de pensar e se cultiva a interação e a partilha de conhecimento em torno de um livro pré-selecionado.
O facto de esta ser uma Comunidade de Leitores dispersa no território (do Minho ao Barroso), que reúne públicos muito diversos (desde alunos, professores e funcionários da UMinho, até às populações das diferentes localidades, cada uma com a sua própria identidade), promovendo encontros mensais, presenciais e à distância, tirando partido das tecnologias da informação e comunicação, representa um permanente desafio (desde a seleção das obras à mediação das sessões), mas é também uma grande oportunidade de partilha e enriquecimento, que tem sido reconhecida tanto pelos participantes como pelos autores e dinamizadores convidados..
Nesta comunicação, indicaremos as motivações que nos levaram a desenvolver a iniciativa, descreveremos o modelo de funcionamento da Comunidade de Leitores da RCdC, refletiremos sobre as lições aprendidas, nas duas edições já realizadas em 2019 e 2020, e apresentaremos os planos para a próxima edição desta Comunidade de Leitores.
Praxar leitores (é fazê-los ler só por gosto e dispensá-los de exame)
Cláudia Sousa Pereira
Universidade de Évora
Talvez a forma mais fácil de dar a descobrir um gosto seja obrigar a provar, a experimentar, mais do que ficar à espera da epifania ou do contágio, uma mais rara, outro com muita e viral concorrência. Para quê complicar então? Certamente porque tornar o complicado simples dá muito trabalho, porque nos afasta dos hábitos instituídos e parece ter de obrigar a alguns desvios de eficácia pouco evidente de imediato.
Nesta comunicação propomos, sustentando com estudos, comparações e situações reais, que quando uma instituição de ensino superior reclama também para si fomentar o gosto pela leitura, congregue um conjunto de práticas que envolvam o conceito de “leitura obrigatória”. E é uma outra definição desta expressão, normalmente transformada em exclusivo conceito didático, que daremos, relembrando as sugestões de Aidan Chambers para a atuação dos mediadores de leitura em comunidades de leitores. Ambiente formal, na formalidade da sala de aula, a requerer intervenientes disponíveis para mudar.
Normalmente, as comunidades de leitores constituem-se por adultos que são leitores apaixonados e faladores, ou a que os adultos levam as crianças a seu cargo quando descobrem que estas demonstram esse interesse que lhes interessa manter. No “Superior” haverá alguns dos primeiros, mas todos são adultos e obrigatório mesmo é ter um diploma no fim da história. O que é divertido está fora das aulas e longe dos professores. E que tal mudar isso, à volta de um livro? Uma “seca”? Pode ser que não, vai depender da encenação e dos ensaios.
RIUL em Beja: quase uma década a ler no ensino superior
Maria do Sameiro Pedro
Instituto Politécnico de Beja
Propomo-nos partilhar um caminho de experimentação em torno da leitura desenvolvido no Instituto Politécnico de Beja IPBeja) desde 2011, no âmbito da sua participação na Rede Internacional de Universidades Leitoras (RIUL). Assim sendo, exploraremos o caminho de procura e descoberta que tem envolvido estudantes e funcionários, docentes e não docentes, em atividades formais e não formais em torno da leitura e da formação de leitores, na comunidade académica e em relação com outras instituições, externas ao IPBeja. Teremos em oportunidade de pôr em perspetiva as ações que estamos a realizar assim como aquelas que já concluímos, nomeadamente: Dormir com histórias, Vamos plantar uma árvore de palavras, Uma página por dia, Clubes de leitura, Cartografias leitoras, Bichinhos de Contos, tratamento de Património Cultural Imaterial, entre outros. Na sua diversidade, estas ações foram e estão a ser oportunidades de experimentação e aprendizagem para os envolvidos em regime de voluntariado ou no âmbito de trabalho curricular, tocando diversas áreas do saber e estabelecendo pontes com bibliotecas escolares e públicas, com centros de acolhimento temporário de crianças, com escritores, artistas e mediadores de leitura.
Las humanidades digitales y la lectura. El proyecto de cartografías lectoras
María del Mar Campos Fernández-Fígares
Universidad de Almería
Aurora Martinez Ezquerro
Universidad de la Rioja
La geolocalización ha creado instrumentos potentes que han sido también aprovechados desde las Humanidades digitales. Cartografías lectoras designa un conjunto de mapas en los que se localizan aquellos puntos en los que se produce un evento relacionado con la lectura, pero, más allá de esa localización puramente geográfica de lugares concretos, se sigue el concepto de corografía, es decir, entender el espacio no como mero topos, sino como un lugar de experiencias compartidas, de comunidad cultural, etc.
Para la realización de los mapas se utiliza un programa específico que permite acceder a través de Internet a toda la información registrada en los mapas, por medio de una metodología colaborativa Desde 2010 se ha llevado a cabo un proyecto de Cartografías Lectoras de campus universitarios, coordinado por la profesora Mar Campos de la UAL, que ha abarcado a todas las universidades públicas de Andalucía y que ha aplicado esta metodología a describir los escenarios de las prácticas de lectura de nuestros universitarios.
La cartografía cultural es un campo emergente de los estudios sociales y humanísticos. Reveladora de la cultura de la complejidad que preconiza Edgar Morin, constituye un magnífico instrumento de recogida de datos de las prácticas de lectura y escritura de un mismo entorno comunitario, sin dejar de ser además una herramienta esencial de planificación y gestión cultural. El cotejo en distintas escalas de los datos de las cartografías -desde un campus universitario concreto a ámbitos más amplios del tejido urbano- nos permite vislumbrar espacios de colaboración y de intercambio, tal y como sucede en los hubs culturales y en otros espacios físicos de encuentro entre profesionales. En este sentido, su capacidad heurística es de gran valor para el estudio de las nuevas corrientes culturales.
Las cartografías lectoras son una herramienta más valiosa, pues incorporan distintos buscadores que discriminan los elementos por grandes categorías (colores) o por elementos muy concretos (iconos). Ambas búsquedas pueden combinarse, o bien acudir a un listado ordenado alfabéticamente de todos elementos recogidos en la cartografía. Los mapas atractivos, con un formato muy familiar para los usuarios de internet aseguran que esta herramienta pueda ser de acceso universal a todos aquellos interesados en cualquier aspecto relacionado con la lectura y la escritura.
Se pretende cubrir el espectro de los datos recogidos, en el que se pretende mostrar además de los elementos fácilmente reconocibles, aquellos que implican “nuevos alfabetismos”; las investigaciones sobre lectura y los grupos que las llevan a cabo; las prácticas no académicas... y sobre todo no presentar los elementos como aislados y estáticos sino mostrar las relaciones que hay entre unos y otros aportar enlaces que permitan un rastreo que complete la información concisa de la entrada que aparece al pulsar en los iconos del mapa, entrada que por lo general muestra una sucinta información en forma de texto, ilustrada con alguna fotografía, video y enlace hacia una página web específica.
Entre sus potencialidades, está el fácil acceso a los datos y la variedad, riqueza y novedad de estos proporcionan claves para la mejora de la docencia, orienta en actividades de promoción de la lectura y extensión universitaria, facilita el flujo de conocimientos entre grupos de investigación, jóvenes con las mismas inquietudes, prácticas de lectura 2.0; cursos, presentaciones, bibliocafés, etc. Facilitan información de interés para consejerías de juventud, centros educativos, ONGs...así como empresas privadas: editoriales, librerías, empresas de ocio y formación.
Formação de animadores socioculturais - A importância da promoção e animação do livro e da leitura
Ana Maria Pessoa
Carla Cibele Figueiredo
Instituto Politécnico de Setúbal
Muitos dos estudantes do ensino superior revelam um elevado grau de iliteracia ao nível da leitura e da compreensão escrita, mas também no domínio da interpretação e da compreensão da imagem, fixa ou em movimento. As consequências revelam-se na pobreza do vocabulário, escassez de informação sobre variados assuntos, dificuldades de interpretação, incapacidade de conferir significado ao que se lê, falhas no pensamento crítico e reflexivo, em geral uma desvalorização geral do livro, da leitura e da escrita. Torna-se para nós cada vez mais evidente que a formação no ensino superior deve trabalhar a comunicação enquanto competência transversal, em particular, o gosto pelas narrativas orais, escritas, visuais e/ou artísticas, certamente em qualquer das suas ofertas formativas. Contudo, pela natureza do exercício da profissão de Animador/a Sociocultural, este objetivo tem, nesta licenciatura especial pertinência, designadamente por estes poderem vir a realizar trabalho com grande potencial educativo, com diferentes faixas etárias e numa grande diversidade de contextos. Assim, nos últimos três anos investimos numa dupla estratégia nesta licenciatura: ligar várias Unidades Curriculares (UC) do plano de estudos para contruir uma comunidade leitora; colocar os estudantes, eles próprios, enquanto dinamizadores de situações de promoção do gosto por ler, escrever, ver e ouvir junto de diversas instituições e comunidades do concelho de Setúbal. Este ano letivo, a incidência, por múltiplas razões que explicitaremos, foi junto da população jovem, reforçando-se a lógica de educação e trabalho com pares e as dinâmicas de interação não presencial, com destaque para as redes virtuais.
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